Tive depressão em vários momentos da minha adolescência, a partir dos 12 anos quando passei a sofrer bullying no colégio. Na época, até cheguei a enfrentar meus colegas, mas fiquei completamente desamparada, não tive nenhum apoio para lidar com tudo aquilo. Não contei à minha família o que sentia, por achar "humilhante" estar sozinha, mas sabiam que estava muito triste. Com o passar do tempo, fui tentando me readaptar, conhecer pessoas novas, mas o sentimento não mudava, parecia que ia sofrer para sempre. Mas no fundo, eu tinha alguma esperança; e meus pais me apoiavam, dizendo que era só uma fase, depois do colégio as coisas mudariam. 

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Só aos 15 anos, fui diagnosticada com depressão e comecei um tratamento psicológico. Mas troquei 2 vezes, pois não gostava dos psicólogos. Até que achei um psicólogo com quem me dei muito bem. Na época, pude concluir o ensino médio cedo, pois passei num vestibular de arquitetura, mas tranquei no semestre seguinte, por uma volta da depressão, as mudanças foram muito rápidas e não consegui me adaptar. Então, ele me incentivou a tirar um tempo para mim, para cuidar da minha auto-estima. Foi um bom ano, pois decidi fazer um novo vestibular e passei em artes visuais. Minha vida mudou completamente, e para melhor, conheci pessoas legais, estava fazendo o que adorava... mas ainda tinha sintomas da depressão. Não estava preparada para mais mudanças, ainda mais participando de exposições e eventos grandes.

 

Assim, comecei um tratamento com o melhor psicólogo, especializado em terapia cognitiva comportamental. O início foi difícil, mas o que me recomendou foi ter paciência e confiança no tratamento. Tudo porque tinha uma forte crença negativa, que imaginava tudo de forma ruim, mas nada correspondia à realidade. Por ser TCC, eu nunca precisei tomar antidepressivos. Mas os poucos, fui me perdoando mais, conhecendo outros pontos de vista, e me permitindo aproveitar as oportunidades que apareciam, ganhando ou perdendo, mas agradecendo por tudo...

 

No fim das contas, cada experiência valeu a pena: me formei em artes visuais, entrei no curso de design, fiz intercâmbio no Reino Unido, comecei a trabalhar e ganhar em algo que amo fazer. 

 

 

E naturalmente, sem perceber, estava me curando. 

 

 

Hoje posso dizer que não sinto mais depressão.

Posso até sentir triste, mas devo me permitir sentir isso, é natural, é humano. 

Mas duradouro como antes, não.

 

Porém, de alguns anos para cá, venho descobrindo pessoas próximas que tem ou tinha depressão. E isso me supreendeu, me fez refletir sobre a falta de dialogo, esse estigma... eu gostaria de ser ajudada, desde lá no início. Pelo menos, que alguém ao menos me tratasse bem, ou ter sido orientada sobre aquele sentimento ruim que não passava.

 

O que posso dizer para você que sofre com a depressão é que POR FAVOR busque ajuda. Não desista do tratamento psicológico. Se não gostar do especialista, mude. Depressão é uma doença, e como tal deve ser tratada com seriedade e com devidos cuidados.

 

E compartilhe o que sente com alguém que confie. Com certeza, ele vai te ouvir e oferecer o apoio que precisa. Eu já passei por isso, e enquanto imaginava o pior, foi bom desabafar para aliviar mágoas e até conhecer outros pontos de vistas para solucionar problemas.

 

Acredite, é possível vencer. Mesmo com esse mundo louco, é possível viver tranquilo, mas precisa abandonar seus pensamentos 100% negativos, pois NADA é absoluto, e se permitir conhecer outros pontos de vista. Mesmo com tantos obstáculos... seja paciente, o tempo cura. E se trate com amor, se permita cuidar do seu bem estar e sempre acredite em ti.